Em estrondo se esoura a janela,
estilhaços de vidro pelo chão.
Adentra a noite negra em corvo,
que pacientemente espreita o ato.
O espelho revela um rosto disforme
não reconheço mais um humano
nestas rugas que me cobrem
Me faço um estranho,
para min mesmo
Olá, prazer em conhecê-lo
me chamo ninguém.
Em fragmentos se desfaz o espelho
reflexo de uma imagem hedônea falsa.
Memórias em cacos pelo assoalho.
Descasco minha pele aos poucos,
corvo que destroça a carcaça,
detritos de minha crosta pelo chão
O sangue me cobre a face
e me vejo vermelho, crú
Me enxergo como sou, nú
carne pulsante, podre e mortal.
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