domingo, 29 de agosto de 2010

Fractal

Enterra-se em sí só
cava-te em tua cova
e vela seu funeral
a cada dia, passado

a poeira do tempo
escama de seu corpo

em células mortas
a vida se esfarela

Enterra-se em sí só
prenda a respiração
e mergulhe fundo
no fractal que te faz

a cada célula que se regenera
na molécula que se funde

em poros e aspirações
de átomos se refaz a vida

Enterra-se em sí, e só
aceite a morte fatídica
então e só, então, saberá
que existir não é o sentido