segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Solitude
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Descompasso
mascare seu rosto pálido de rouge
e entupa os poros de sua pele
com pó das cinza que restaram.
seu traje de gala, roto e gasto
o vestido negro de todo velório.
Use suas melhores jóias, falsas.
em saltos altos, a desvarios e desiluões.
Valsa de violinos vorazes, desfinados
De três em três compassos
infância, juventude, velhice
terça-feira, 9 de novembro de 2010
O Fim
Era inevitável, segurava o papel com a sentença do já esperado momento.
Não sabia onde olhar, o que pensar...seu rosto sentia o suor frio de sua mão aflita.
Lagrimas não brotavam, elas se afogaram na amargura estomacal que pulsava com um frio estonteante. Procurava olhares alheios...ela tinha os olhos vermelhos e rosto encharcado, ele atônito e duro como o mármore, o outro fugia de seu olhar como quem foge desesperadamente da gigantesca criatura negra de proporções aniquiladoras.
Sua mão tremia junto com seus pensamentos, eles percorriam o passado, e cada momento bom foi findado numa felicidade penosa e passageira.
Compreendeu que seus instantes do passado eram e foram sonhos...quis correr, gritar, abraçar a todos...tudo se resumia em uma dentada desesperada em seus lábios...como se mordesse sua existência com todas as forças que sua vontade reunia.
Olhou para cima, e abaixou novamente a cabeça, uma lagrima tingiu de transparente o papel que confirmava com ciência a finitude que fora sempre ignorada pelo inebriante sabor dos sentidos, dos caminhos percorridos.
Era o fim...e era para sempre.