quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Considerações Solitárias

Contando meus passos, surdos e vividos
atravesso a ponte entre minha mente e as arquiteturas da vida
o que se pode fazer... ou o que se pode ver
tudo isso sempre faz mais sentido quando se esta apenas junto da alma


dois ou três passo, e a desculpa de uma caminhada para se fazer trabalhar a mente
triste mesmo é saber de pessoas que não conseguem se deixar levar por esse instinto
instinto brilhante, guardado num imensurável templo... ao lado de anseios, do orgulho de ser... e alguns traumas psicológicos, é claro
sempre se encontrar após as caminhadas... sempre desfrutar das colheitas da mente


Até entendo a vontade do convívio, até me treino na vontade de socializar
mas a ilusão, é quase uma alusão de se pensar em sempre estar com alguma companhia
é menos conciso estar sozinho... e é disso que a vida precisa, complexidade
é mais real estar sozinho, quando a única certeza é uma morte solitária... porque não trazer dessa medida sempre os extremos?
é um tanto cego estar sozinho, porém é perante a cegueira que se consegue enxergar com seus outros instintos
também pode se dizer que é um tanto quanto humano se encontrar sozinho, pois a necessidade de nós, sempre parte da incerteza do eu, e estar só também é estar numa festa com todos os outros 'eus'




Vladmir Fergursson

terça-feira, 24 de novembro de 2009

O Vulto

Mil demônios pairam sobre minha cabeça
entre as conexões entre-laçadas da teia
inumeros suspiros isolam minha razão
do espinho mais belo e... mordaz


É nessa sala escura que gotejam blasfemias
de mudanças tão eternas como esculturas de plástico
é nesse chão imundo de leis que espero o caos
com minhas botas desgastas de pensar

O meu anseio se transmuta em deslize
e de brecha em brecha entendo o infinito
"sanidade que se estende friamente sobre o luar,
cuide de minhas estrelas pois preciso descansar"

Mil demônios vigiam meu sono
me iluminam com a razão, me fazem pensar em ser
a voz de gaia em minha mente
praxis, praxis, praxis



Vladmir Fergursson

domingo, 22 de novembro de 2009

A Semana e o Instante

Amaldiçoado seja todos os Domingos
que exalam monotonia e estagnação
Segundas e Terças, tanto faz
sua alma pequena não vai se emportar
das Quartas e Quintas espero meu maior desprezo
ansiedade e frustação ao momento divino
sobrevive-se a vida, mas esperamos vive-la
que o mundo seja feito apenas de Sextas e Sábados
que a alma esta leve... pronta para voar
que o caos se inventa, e os maus se afogam em vinho
não que eu tenha muito tempo pra isso, é claro


Vladmir Fergursson

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Dissonância da Mente

Navego entre passos mal contados
esgueiro-me entre rachaduras dissonantes
evito e dissemino as asas do destino
todas as tardes e noites na varanda

Retraço e remarco toda a liberdade
atiro no futuro com balas do presente
me queixo do pretérito e suas relatividades

Comprimo e dilato o mundo em minha mente
Sustento o infortúnio do além-imaginado
perante o templo notório da probabilidade
vejo o desconexo transformar-se em movimento

Entendo correlações com sentido reflexo
a momentos de insanidade
evito e dissemino as asas do destino
todas as tardes, noites e dias



Emanuel Goldstein e Suzein Krieger

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Dissolução

Aos olhos da mente caminha o compasso
arrastando imagens e emergindo emoções
ou num simples rabisco que soa desafinado
enreda paredes e se dissolve no ar

Das cinzas recria o conceito da Fênix
do vinho embebeda os ouvidos de Baco
das noites, é o luar que cega a razão
contra-tempo esquizofrênico enterrra Cronos

Nos passos das notas se esgueira o mundo
lembrando fumaça pairando no ar
sem traçado ou sentido o caos vai agindo
liberta o que é novo e subverte o sentido



Emanuel Goldstein

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Do espectro da tecnologia

acasos e descasos sorriem ao seu lado
do triste e amargo gosto que sentimos sob o plástico
os padrões se formam esquina à esquina
os vazios do fungo preenchido com postes e luzes
fazem que minha mísera pessoa contemple o infinito sem estrelas

já não mais me acalma sorrir pra noite
já não mais me é seguro acalentar o caos
pois de toda essa ordem mastigada e remoída
me sobra a esperança de alguns fragmentos de liberdade
caco a caco sonho com o espelho remontado

acaso venha acontecer que meus olhos se apaguem
espero que meu espírito não se aflija com a vitória do 'progresso'
de ciência em ciência... o descaso assombra tudo que é humano



Razuh